7 Níveis de Motivação Humana
“O Novo Paradigma da Liderança“, de Richard Barrett, explora a consciência humana, emoções, os sete níveis de motivação humana e experiências espirituais. Ele elucida o ego nas necessidades materiais versus a busca da alma por significado, e como a transformação pessoal.
Introdução
Para compreender o que motiva cada um de nós seres humanos, é necessário compreender alguns conceitos e características de como processamos informações, pensamentos, emoções, experiências físicas e espirituais, e que juntos formam a chamada consciência humana. Neste artigo sobre os sete níveis de motivação humana, você poderá compreender o que motiva uma determinada pessoa e quais são os dispositivos para gerar cada vez mais motivação pessoal. Boa leitura!
O Ego
O ego é o aspecto da nossa personalidade que está associado ao corpo físico. Ele acredita que vive num mundo exclusivamente material, e tem uma quantidade limitada de tempo para alcançar os seus objetivos.
O ego acredita na escassez, considera a vida um jogo sem finalidade, e é impulsionado pela necessidade de sobreviver. Ele está enredado numa experiência diária no plano físico, e está totalmente focado em satisfazer as necessidades de sobrevivência, relacionamento e autoestima.
A Alma
A alma é o aspecto da personalidade que está associada à dimensão energética (ou sutil) do corpo humano. A alma acredita em abundância e suficiência. Ela se sente confortável com a incerteza e se sente expandida com a mudança. Ela vive num mundo sutil, energético. Por causa disso, é constituída da energia básica da existência, ela não pode ser criada nem destruída, mas simplesmente muda a sua expressão dependendo da forma que ela assume. A alma habita uma realidade quântica governada por probabilidades. Para a alma, tudo é possível. A alma procura o significado da existência e quer fazer a diferença para estar a serviço do mundo.
Necessidades Básicas e de Crescimento
Assim, existem duas dimensões da personalidade tentando satisfazer suas necessidades: o ego e a alma. Quando o centro de gravidade da nossa consciência está na dimensão do ego, nós focamos em suas necessidades. Três tipos de necessidades estão no centro das motivações do ego: a necessidade de segurança física (sobrevivência), a necessidade de amor e pertencimento (relacionamentos) e a necessidade de respeito e reconhecimento (autoestima).
Quando essas necessidades são satisfeitas, não sentimos uma satisfação duradoura, mas ficamos ansiosos (estresse causado por medos de baixa intensidade) se eles não são satisfeitos. Abraham Maslow chamou essas necessidades de básicas ou de deficiência. Elas são essenciais para manter a estabilidade interna do ego.
Quando o centro de gravidade da nossa consciência está na dimensão da alma, nós focamos na satisfação das suas necessidades. Três tipos de necessidades estão no centro da motivação da alma: a necessidade de encontrar significado ou propósito em nossa existência (coesão interna), a necessidade de realizar esse significado ou propósito (fazer a diferença) e, por fim, a necessidade de servir plenamente o seu propósito (servir).
Quando essas necessidades são satisfeitas, elas não desaparecem. Elas produzem níveis cada vez mais profundos de motivação e comprometimento. Abraham Maslow as chamou de necessidades de crescimento. Elas são fundamentais para manter a estabilidade interna da alma. Nós buscamos satisfazer essas necessidades durante o processo de autorrealização.
O processo pelo qual nós mudamos o centro de gravidade de nossa consciência, partindo da satisfação das necessidades do ego e indo em direção à satisfação das necessidades da alma, é chamado de transformação.
Transformação
A transformação ocorre quando aprendemos a dominar as necessidades do ego e começamos a incluir as necessidades da alma. Os fatores mais importantes que impedem a transformação são os medos do ego. Existem três tipos de medos:
- Medos baseados na crença de que não existe suficiente dinheiro/segurança/proteção para satisfazer nossas necessidades físicas de sobrevivência;
- Medos baseados na crença de que não temos suficiente amor/amizade/relacionamentos para satisfazer nossas necessidades emocionais de pertencer;
- Medos baseados na crença de que não somos bons/importantes/perfeitos o suficiente para satisfazer nossas necessidades emocionais de autoestima.
Essas crenças são aprendidas durante a infância, quando nossas mentes absorvem tudo à sua volta. Entre as idades de dois a sete anos, nós desenvolvemos fortemente a imaginação e as emoções, mas ainda não desenvolvemos nossa capacidade cognitiva de pensar de forma lógica. Sem o apoio da cognição, nós formulamos nossas crenças pessoais a partir de nossas experiências emocionais, e adotamos as crenças culturais e familiares sem questioná-las. Quando chegamos à adolescência, nossas experiências, ambiente familiar e a cultura na qual crescemos, condicionaram profundamente a nossa mente.
Nossos medos podem ser conscientes ou subconscientes. Um medo consciente é um medo do qual temos conhecimento. Um medo subconsciente é um medo do qual não temos conhecimento, mas que pode tornar-se consciente e ser examinado uma vez que nós tenhamos descoberto a sua existência.
Quando medos subconscientes dirigem a nossa motivação, nós reagimos emocionalmente às situações, ao invés de responder de forma ponderada e refletida. A reação precede ao pensamento. Ela geralmente é acompanhada de um sentimento de impaciência, irritação ou raiva. Se você responde de forma raivosa quando alguém ou uma situação te chateiam, então você reage com base numa crença baseada no medo.
O domínio pessoal é o processo pelo qual nós investigamos nossos medos subconscientes utilizando a nossa consciência. Assim, aprendemos como gerenciá-los, tanto quanto as emoções que estão associadas a esses medos.
O primeiro estágio da transformação implica aprender a gerenciar, dominar ou liberar os seus medos conscientes e subconscientes, para que você possa, desta forma, iniciar o processo de mudança do centro de gravidade de sua consciência centrada no ego para a alma. Isso é chamado de processo de domínio pessoal.
O segundo estágio de transformação envolve descobrir a sua verdadeira e autêntica identidade. Essa identidade está além do condicionamento familiar e cultural. Tem relação com aprender quem você realmente é, o que tem significado para você, o que te motiva e como adotar os valores da sua verdadeira identidade. Esse processo é chamado de individuação. O psicoterapeuta Carl Jung usou o termo “individuação” como uma maneira de explicar como nós integramos os elementos do inconsciente com o consciente, com o objetivo de nos autorrealizarmos.
O terceiro estágio da transformação inclui descobrir o propósito de sua alma: quais são as suas paixões, e o que você quer fazer no mundo, que gera um senso de significado para a sua vida e aumenta o potencial de realização pessoal. Esse é o início da autorrealização.
Dessa maneira, toda mente humana tem dois “donos”: o ego, que está buscando satisfazer suas necessidades físicas e emocionais, e a alma, que está tentando satisfazer suas necessidades de realização – expressar plenamente o seu propósito no mundo.
Se compreendermos que somos almas num corpo humano, teremos que reconhecer que precisamos não apenas ser capazes de satisfazer as necessidades do nosso ego e alma, mas também as necessidades do nosso corpo. Sem que as necessidades desse último sejam preenchidas, não temos um veículo através do qual nosso ego e alma possam se expressar.
Nós alcançamos uma consciência de espectro total (valores positivos nos sete níveis de consciência) aprendendo a dominar as necessidades do ego e da alma. Alguém que demonstra essa habilidade é chamado de indivíduo autorrealizado. Nos sete níveis da motivação humana, a autorrealização se inicia no nível de transformação, o quarto nível de motivação humana; no nível de satisfação das necessidades mentais.
Apenas quando a atenção da nossa mente é dirigida para as grandes questões da existência – quem sou eu, porque estou aqui, e qual é o propósito da vida – é que criamos uma abertura para que a alma seja capaz de influenciar as nossas vidas. Geralmente, nós apenas questionamos quem nós somos e qual é o nosso propósito quando atingimos um ponto em nossas vidas em que temos tudo o que é necessário em termos materiais e relacionamentos de apoio; mas lá no fundo, ainda não nos sentimos plenos, realizados; ou se encaramos um evento crítico, como o confronto com a morte, que nos leva a reavaliar a nossa relação com a vida.
Também existem aqueles, uma minoria em minha opinião, que tem facilidade para buscar o significado da vida: eles nascem com uma predisposição natural para compreender o significado de suas vidas. Entretanto, para o resto de nós, é necessário um confronto com uma situação crítica para que essa reflexão possa acontecer.
Os sete níveis de motivação humana são descritos e explicados com mais detalhe no texto abaixo:
A Personalidade alinhada com a Alma
Um indivíduo de espectro total é alguém que aprendeu a equilibrar as necessidades do ego com as necessidades da alma. As pessoas que seguem a paixão de suas almas sem conectá-las com as necessidades do ego são ineficientes no mundo. Elas são incapazes de criar as condições físicas necessárias para apoiá-las na realização do propósito de suas almas.
É importante reconhecer que a alma apenas faz sentir a sua presença em nossas vidas se formos capazes de dominar nossos medos conscientes e subconscientes, e dispostos a aceitar nossa verdadeira natureza ou identidade. A alma é uma semente. Ela contém a essência de quem você é de quem você pode se tornar. Desde o início, ela está presente em nossas vidas, mas como a semente de uma flor ou de uma árvore, ela irá crescer e florescer somente se for nutrida de forma apropriada.
A jornada da consciência “do ego para a alma” nos leva da dependência para a independência, e da independência para a interdependência. Ao seguir o seu próprio interesse, você aprende como conectar o seu ego com a sua alma, e cooperar com outras almas para apoiarem-se mutuamente no processo de compartilhar seus talentos a tornarem-se quem vocês realmente são. Estamos todos envolvidos nessa jornada, estejamos conscientes disso ou não. É o caminho da evolução, tanto individual quanto coletiva. Vai depender de você o quanto for capaz de evoluir nessa jornada.
Artigo extraído do manual da autoliderança por Vânia Faria – “O Novo paradigma da Liderança” – de Richard Barrett.
Desejamos uma ótima evolução para você!
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